6 de dezembro de 2002

Fiquei ali, parada, imobilizada, estática. Fiquei ali o esperando. Mais uma vez ele me decepcionou. E a tristeza veio em seguida. Sabe aquela sensação de dependência, de que você necessita aquilo? Sensação de que aquilo é tudo que vc almeja? Então. Mas ele não apareceu. Não apareceu, me decepcionou. Como sempre. Esporadicamente ele aparece, vai e volta, muito rápido, não tenho tempo de segurá-lo.
O que me confortava era a água gelada que caia. Dizem que água não possui cabelos, mas naquele momento, eu conseguia segurá-la com todas as minhas forças. A água, gelada, me confortava, me acalmava. Fiquei ali, debaixo da água gelada, gelada, o esperando. E nada. Nada. Nem sinal de vida. Pensei. Pensei? Eu conseguia pensar? Ah, sim,sim. Só pensava na vontade de tê-lo. Fazia um balanço entre a alegria oferecida e as decepções adquiridas.
As decepções pesaram mais. Não valia mais a pena ficar ali, gelada, debaixo da água gelada, pensando nele. Me decepcionara mais uma vez. Digo, mais de uma vez. Me decepcionara sempre. Por quê? Mereço a decepcão? Tá, posso até merecer, mas não todas elas. É injusto.
Parei de pensar, dei as costas. A água parou de cair. Agora meu calor estava cessado. Cessado pois a água conseguiu diminuir a quentura, os pensamentos também. Mais um vez, a frieza tomou conta. A frieza dos meus sentimentos, não mais da água. Agora estava gelada e fria. E decepcionada.
Tu, tu, tu, tu...

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